A minha formação religiosa como a de muitos brasileiros é católica. Fui batizada, fiz 1ª comunhão e Crisma, tudo como manda o figurino de um bom católico.
Há alguns anos me afastei completamente da igreja, não mais frequento missa, no máximo vou em casamento. Isso aconteceu por diversos motivos, mas com certeza não é pelo fato de não crer em Deus. Muito desses motivos no fundo fazem parte de um único maior: não sinto confiança nos Homens que conduzem as religiões. Há muita mesquinharia entre essa gente, muita coisa errada, coisas inaceitáveis para quem se diz tão ligado a Deus.
Hoje me definiria como uma pessoal espiritualizada, porém não religiosa, ou seja, acredito em muitas coisas, talvez uma miscelânea do que dizem várias religiões, mas não vou a culto de nenhuma delas com frequência. Acho que posso chegar a Deus sem precisar de intermediários. Eles podem até ser facilitadores, mas não são o único caminho.
Tem um texto religioso que eu gosto muito e gostaria de compartilhar.
Pegadas na Areia
Uma noite eu tive um sonho…
Sonhei que estava andando na praia com o Senhor e através do céu, passavam cenas da minha vida.
Para cada cena que passava, percebi que eram deixados dois pares de pegadas na areia: um era meu e o outro era do Senhor.
Quando a última cena passou diante de nós, olhei para trás, para as pegadas na areia e notei que muitas vezes, no caminho da minha vida, havia apenas um par de pegadas na areia.
Notei também que isso aconteceu nos momentos mais difíceis e angustiosos do meu viver. Isso me aborreceu deveras e perguntei então ao Senhor:
– Senhor, Tu me disseste que, uma vez que resolvi te seguir, Tu andarias sempre comigo, em todo o caminho. Contudo, notei que durante as maiores atribulações do meu viver, havia apenas um par de pegadas na areia. Não compreendo porque nas horas em que eu mais necessitava de Ti, Tu me deixaste sozinho.
O Senhor me respondeu:
– Meu querido filho. Jamais eu te deixaria nas horas de provas e de sofrimento. Quando viste, na areia, apenas um par de pegadas, eram as minhas. Foi exatamente aí que eu te carreguei nos braços.
Do livro “Pegadas na areia” – Margareth Fishback Powers – Ed.Fundamento